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sexta-feira, maio 18, 2007



Noite de Rei

Pedrão diz:
Bicho, falar em queijo podre.
Pedrão diz:
Eu entrei numa história de tomar sopa de noite.
Pedrão diz:
Na hora do jantar.
Pedrão diz: Vê, menino amarelo como é uma merda mesmo..
Pedro H. diz:

maggi

Pedrão diz:

Comprei aquelas sopas semi-prontas da Maggi...

Pedrão diz:

Tomei a primeira na segunda-feira, fiz com água da torneira e acordei no outro dia às 5 da manhã com uma caganeira e uma cólica do caralho!

Pedrão diz:

Aí na terça teve um negócio na casa de Daniel e eu não tomei a sopa.

Pedrão diz:

Na quarta eu fiz outra sopa, só que agora com água mineral.

Pedro H. diz:

kkkkkk

Pedrão diz:

Aí deu certo, tomei e a flora/fauna ficou legal.

Pedrão diz:

Só que ontem de noite eu fiz outra, da mesma da quarta.

Pedrão diz:

E na embalagem tinha escrito: "Para completar sua sopa coloque cubinhos de ricota".

Pedro H. diz:

kkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Pedrão diz:

Então eu lembrei que Rejane tinha deixado uma ricota lá, botei na sopa e me arrombei, desta vez acordei às 04:00h da manhã, com uma dor insuportável no estômago.
Pedrão diz:
E o pior é que a merda não saía, se é que aquela porra de sopa gera merda.

Pedrão diz:

Fiquei mais de uma hora hoje de madrugada acordado, sentado na porra da bacia...

Pedro H. diz:
noite de rei
Pedrão diz:

Pensei em me atirar do prédio umas 3 vezes.

Pedrão diz:

Bicho isso é negócio de corno.

Pedrão diz:

Vou voltar pro velho e bom sanduíche de queijo no jantar.

terça-feira, maio 08, 2007

Mussum e a arte de tomar cachaça





E a melhor de todas:


Carta a um meritíssimo juiz

* Arnaldo Jabor (*)-01 de maio de 2007 *

Sr. Juiz, ainda não sei se a Câmara dos Deputados vai me processar, como
anunciou em plenário o presidente Arlindo Chinaglia.

Mas, caso V. Exa. surja à minha frente de capa negra e cenho severo, quero
que saiba exatamente do que me acusam, pois, nas palavras dos deputados e de
seu presidente, eu teria insinuado que 'os deputados são todos canalhas'.
Portanto, peço a V. Exa. que leia a íntegra de meu comentário na CBN, do dia
24 de abril de 2007:

'Amigos ouvintes, Eu costumo colecionar absurdos nacionais que ouço, vejo ou
leio nos jornais para fazer meus comentários aqui na CBN. Muito bem. Há dias
em que não sei por onde começar. Há tantas vagabundagens neste país que só
mesmo sorteando um assunto.
Eu sorteei um que saiu no jornal O Estado de S. Paulo e acho que foi um
peixe grande.

O amigo ouvinte já deu a volta ao mundo? Não sei se sabe que são 44 mil
quilômetros. Pois bem...

Todos sabemos que nossos queridos deputados têm o direito de receber de
volta o dinheiro gasto em gasolina, seja indo para seus redutos eleitorais,
ou para o motel com sua amante ou seu amante. Pois bem, a Câmara, ou melhor,
você e eu, meu amigo, nós pagamos esse custo, desde que eles levem notas
fiscais para comprovar o gasto de gasosa. Muito bem, de novo. Vai prestando
atenção.

Nos primeiros dois meses da atual legislatura, os deputados, em dois meses
apenas, pediram o reembolso de 11 milhões e 200 mil reais, pagos com a verba
da Câmara.

Os repórteres do Estadão Guilherme Scarance e Silvia Amorim fizeram as
contas e concluíram que entre fevereiro e março, com dinheiro público, os
deputados teriam gasto um milhão de litros de gasolina. Ou seja, essa
quantidade de gasolina daria para dar a volta ao mundo 255 vezes.

São 255 vezes 44.000 quilômetros, que dá a distância de
11.200.000quilômetros .

E a í é que vem a resultante espantosa: A distância da Terra à Lua é de 384
mil quilômetros, ou seja, senhores, senhoras ouvintes, daria para fazer a
viagem de ida e volta à Lua 15 vezes.

Será que eu fiquei louco? Se algum matemático me ouve, verifique se estou
errado. Mas acho que não. E o procurador-geral do Tribunal de Contas da
União,
sr. Lucas Furtado, denunciou-os dizendo que é uma 'forma secreta de dar
aumento de salários que eles não têm como justificar'... Será que o sr.
Arlindo Chinaglia não vê isso ou só pensa no bem do PT? E me digam, amigos,
quando é que vão prender esses canalhas? Quando a PF vai encanar essa gente,
com humilhação? Quando? Ah... desculpe... eles têm imunidades e também foro
privilegiado... É isso aí... amigos, otários como eu...' Esse foi o meu
'crime', Sr.Juiz. Irrefletidamente, escrevi 'os deputados', talvez parecendo
uma generalização; mas é óbvio que me referia aos autores da falsificação de
notas fiscais das viagens interplanetárias e não a todos os parlamentares,
principalmente porque há alguns que respeito profundamente - talvez não mais
que uns 17, já que ultimamente cresceu o número dos 300 picaretas referidos
uma vez por nosso 'grande timoneiro'.

Além disso, Sr. Juiz, quero deixar claro que considero o Legislativo a maior
conquista que nos legou o Império, há mais de 150 anos, fundamental
instituição nestes tempos lulistas, bolivarianos e equatorianos, para
impedir que parlamentares sejam caçados nas ruas como ratazanas grávidas,
como acontece na Venezuela e no Equador.

Sempre defendi o Legislativo, como aconteceu no episódio do petista Bruno
Maranhão, milionário bolchevista que invadiu a Casa. Desafio meus
denunciantes, Meritíssimo, a mostrar uma frase de meus comentários, em que
expresse desejo de que o Legislativo seja enfraquecido. Em 1996, pediram
minha cabeça ao saudoso Luis Eduardo Magalhães, quando falei que 'deputados
do Centrão estavam sendo comprados como num ´shopping center´'. Quiseram
capar-me, Meritíssimo.

Nove anos depois, vimos que eu não estava tão errado assim, com o advento
épico do mensalão, das sanguessugas e dos 'dossiês', seguidos de esfuziantes
absolvições de quase todos (os três últimos foram agora reeleitos e
absolvidos pelo 'povo'). Mas, em todos meus uivos e ganidos, sempre ansiei
pela pureza do Legislativo, contra os políticos que nele entram ou para
fugir da polícia ou para viver num país paralelo, cheios de privilégios, sem
pensar um minuto em nós, que eles deveriam representar.

Em meus devaneios românticos, sonho com Joaquim Nabuco, Tavares Bastos,
Zacharias de Góes, Ruy Barbosa e, mais modernamente, em gente como San
Thiago Dantas, Milton Campos, homens que, quando assomavam à tribuna, o
vulto de Montesquieu brilhava no teto e invadia as galerias.

Meritíssimo Juiz, nesses anos de comentarista nunca tive o sádico prazer de
emporcalhar o nome do Congresso, nem mesmo por falta de assunto.

Neste caso, quando denunciei, junto com o Estadão, essa fraude
intergaláctica, esperava candidamente que as notas fiscais fossem conferidas
e os ladrões punidos. Não imaginava que fossem processar o denunciante, como
se fazia na antiguidade, matando-se o mensageiro de más notícias.

E mais, Meritíssimo, se um dia os nobres deputados apresentarem projetos de
Lei para o bem dos brasileiros, condoídos com a miséria que nos rói, se um
dia eu visse alegorias patrióticas, trêmulos oradores, polêmicas sagradas,
gestos indignados pelo bem do Brasil, meus comentários virariam hinos de
louvor, panegíricos à instituição.

Assim sendo, Meritíssimo, peço a V. Exa. que me absolva, com a mesma
leniência concedida recentemente a grande brasileiros como Waldemar da Costa
Neto, Paulo Rocha, José Janene, e tantos outros...

Agora, se V. Exa. se decidir por minha condenação, peço-lhe um único favor,
humildemente: Condene-me a serviços comunitários, como faxineiro da Câmara
dos Deputados , e garanto a V. Exa. que varrerei a sujeira dos tapetes
verdes, lustrarei bronzes e mármores com o mesmo zelo e empenho que tenho
tido, nos últimos 15 anos, usando apenas as vassouras da ironia e as farpas
do escovão.

sexta-feira, maio 04, 2007

Esta idéia de putas no poder

Tão antiga tal qual a profissão

É genial porque tem em profusão

Candidatas com tudo a oferecer.

Quem nos filhos votou está a saber

Das sandices, das pérfidas proezas

Em que gozam sosinhos as safadezas

E remetem ao povo a vil fatura

Já estamos cansados desta usura

E se Gretchen pode ir pra prefeitura

Vai Odete ao Palácio das Princesas.

Se a prática política é fuder

Com a paciência e o bolso do cidadão

Eu agora pergunto: Por que não?

Uma puta que sempre deu prazer

Por certo saberá o que fazer

Com carinho, com amor e com beleza

Vai tratar do estado com certeza

Vai botar mais pimenta na cultura

Se Gretchen pode ir pra prefeitura

Vai Odete ao Palácio das Princesas.

Vamos ter uma mudança radical

No modo de encarar a governança

O estado vai abrir sua poupança

Pra qualquer um que seja liberal

Expondo a frente e o fundo por igual

Co´a transparência que se deseja

Pra que todos possam sentar à mesa

Ter picanha e maminha com fartura

Pois se Gretchen pode ir pra prefeitura

Vai Odete ao Palácio das Princesas.

Odete tem grande experiência

Em lidar com o pessoal da ditadura

Sabe abrandar conflitos com ternura

Levantar os caídos com sapiência

Vai também retirar a inocência

Dos petistas doentes de realeza

Mostrando que não tem as partes presas

Nem faz nenhum negocio às escuras

E se Gretchen for pra prefeitura

Vai Odete ao Palácio das Princesas.

quarta-feira, maio 02, 2007

DE VINÍCIUS DE MORAES PARA CHICO BUARQUE
Mar del Plata, 24 de janeiro de 1971


Chiquérrimo,
Dei uma apertada linda na sua letra, depois que você partiu, porque achei que valia a pena trabalhar mais um pouquinho sobre ela, sobre aqueles hiatos que havia, adicionando duas ou três idéias que tive. Mandei-a em carta a você, mas Toquinho, com a cara mais séria do mundo, me disse que Sérgio [Buarque de Hollanda] morava em Buri, 11, e lá se foi a carta para Buri, 11.

Mas, como você me disse no telefone que não tinha recebido, estou mandando outra para ver se
você concorda com as modificações feitas. Claro que a letra é sua, e eu nada mais fiz que dar uma
aparafusada geral. Às vezes o cara de fora vê melhor essas coisas.

Enfim, porra, aí vai ela. Dei-lhe o nome de "Valsa hippie", porque parece-me que tua letra tem esse elemento hippie que dá um encanto todo moderno à valsa, brasileira e antígona. Que é que você acha? O pessoal aqui, no princípio, estranhou um pouco, mas depois se amarrou na
idéia. Escreva logo, dizendo o que você achou.


Um dia ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar
Olhou-a dum jeito mais quente do que comumente costumava olhar

E não falou mal da poesia como mania sua de falar
E nem deixou-a só num canto; pra seu grande espanto disse: vamos nos amar...
Aí ela se recordou do tempo em que saíam para namorar
E pôs seu vestido dourado cheirando a guardado de tanto esperar

Depois os dois deram-se os braços como a gente antiga costumava dar
E cheios de ternura e graça foram para a praça e começaram a bailar...
E logo toda a vizinhança ao som daquela dança foi e despertou
E veio para a praça escura, e muita gente jura que se iluminou

E foram tantos beijos loucos, tantos gritos roucos como não se ouviam mais
Que o mundo compreendeu
E o dia amanheceu em paz.

DE CHICO BUARQUE PARA VINÍCIUS DE MORAES

Caro poeta,

Recebi as duas cartas e fiquei meio embananado. É que eu já estava cantando aquela letra, com hiato e tudo, gostando e me acostumando a ela. Também porque, como você já sabe, o público tem recebido a valsinha com o maior entusiasmo, pedindo bis e tudo. Sem exagero, ela é o ponto alto do show, junto com o "Apesar de você".

Então dá um certo medo de mudar demais. Enfim, a música é sua e a discussão continua aberta. Vou tentar defender, por pontos, a minha opinião. Estude o meu caso, exponha-o a Toquinho e Gesse, e se não gostar foda-se, ou fodo-me eu.
"Valsa hippie" é um título forte. É bonito, mas pode parecer forçação de barra, com tudo que há de hippie por aí. "Valsa hippie" ligado à filosofia hippie como você a ligou, é um título
perfeito. Mas hippie, para o grande público, já deixou de ser filosofia para ser a moda pra frente de se usar roupa e cabelo. Aí já não tem nada a ver.

Pela mesma razão eu prefiro que o nosso personagem xingue ou, mais delicado, maldiga a vida, em vez de falar mal da poesia. A sua solução é mais bonita e completa, mas eu acho que ela diminui o efeito do que se segue. Esse homem da primeira estrofe é o anti-hippy. Acho mesmo que ele nunca soube o que é poesia. É bancário e está com o saco cheio e está sempre mandando sua mulher à merda. Quer dizer, neste dia ele chegou diferente, não maldisse (ou "xingou" mesmo) a vida tanto e convidou-a pra rodar. "Convidou-a pra rodar" eu gosto muito, poeta, deixa ficar. Rodar que é dar um passeio e é dançar.

Depois eu acho que, se ele já for convidando a coitada para amar, perde-se o suspense do vestido no armário e a tesão da trepada final. "Pra seu grande espanto", você tem razão, é melhor que "para seu espanto". Só que eu esqueci que ia por itens. Vamos lá:

Apesar do Orestes (vestido de dourado é lindo), eu gosto muito do som do vestido decotado. É gostoso de cantar vestido decotado. E para ficar dourado, o vestido fica com o acento tendendo para a primeira sílaba. Não chega a ser um acento, mas é quase. Esse verso é, aliás, o que mais agrada, em geral. E eu também gosto do decotado ligado ao "ousar" que ela não queria por causa
do marido chato e quadrado. Escuta, ô poeta, não leva a mal a minha impertinência, mas você precisava estar aqui para ver como a turma gosta, e o jeito dela gostar dessa valsa, assim à primeira vista. É por isso que estou puxando a sardinha mais para o lado da minha letra, que é mais simplória, do que pelas suas modificações que, enriquecendo os versos, talvez dificultem um
pouco a compreensão imediata. E essa valsinha tem um apelo popular que nós não suspeitávamos.


Ainda baseado no argumento acima, prefiro o "abraçar" ao "bailar". Em suma, eu não mexeria
na segunda estrofe. A terceira é a que mais me preocupa. Você está certo quanto ao "o mundo" em vez de "a gente". Ah, voltando à estrofe anterior, gostei do último versos onde você diz "e cheios de ternura e graça" em vez de "e foram-se cheios de graça". Agora, estou pensando em retomar uma idéia anterior, quando eu pensava em colocá-los em estado de graça. Aproveitando a sua ternura, poderíamos fazer "Em estado de ternura e graça foram para a praça e começaram a se abraçar". Só tem o probleminha da junção "em-estado", o "em-e" numa sílaba só. Que é o mesmo problema do "começaram-a". Mas você mesmo disse que o probleminha desaparece dependendo da maneira de se cantar. E eu tenho cantado "começaram a se abraçar" sem maiores danos. Enfim, veja aí o que você acha de tudo isso, desculpe a encheção de saco e responda urgente.

Há um outro problema: o pessoal do MPB-4 está querendo gravar essa valsa na marra. Eu
disse que depende de sua autorização e eles estão aqui esperando. Eu também gostaria de gravar, se o senhor me permitisse, por que deu bolo com o "Apesar de você", tenho sido perturbado e o disco deixou de ser prensado. Mas deu para tirar um sarro. É claro que não vendeu tanto quanto a "Tonga", mas a "Banda" vendeu mais que o disco do Toquinho solando "Primavera". Dê um abraço na Gesse, um beijo no Toquinho e peça à Silvana para mandar notícias sobre shows etc. Vou escrever a letra como me parece melhor. Veja aí e, se for o caso, enfie-a no ralo da banheira ou noutro buraco que você tiver à mão.


Um dia ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar
Olhou-a dum jeito muito mais quente do que sempre costumavaolhar
E não maldisse a vida tanto quanto era seu jeito de sempre falar
E nem deixou-a só num canto, pra seu grande espanto convidou-a pra rodar

Então ela se fez bonita como há muito tempo não queria ousar
Com seu vestido decotado cheirando a guardado de tanto esperar

Depois os dois deram-se os braços como há muito tempo não se usava dar
E cheios de ternura e graça foram para a praça e começaram a se abraçar

E ali dançaram tanta dança que a vizinhança toda despertou
E foi tanta felicidade que toda a cidade enfim se iluminou

E foram tantos beijos loucos
Tantos gritos roucos como não se ouvia mais
Que o mundo compreendeu
E o dia amanheceu
Em paz.

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